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IFPA e UFPA, campi de Tucuruí, entregam projeto de acessibilidade à Defensoria Pública do Pará

  • Publicado: Segunda, 04 de Setembro de 2023, 11h01
  • Última atualização em Segunda, 04 de Setembro de 2023, 12h03

O IFPA e a UFPA, campi de Tucuruí, uniram os seus conhecimentos e tecnologias em prol da inclusão, com a implantação do projeto de acessibilidade inteligente na Defensoria Pública do Pará, em Tucuruí, o qual foi inaugurado na última quinta-feira, 31 de agosto. O evento contou com a presença da direção-geral do Campus Tucuruí, da Coordenação do Fab Lab da UFPA, de professores e alunos envolvidos no projeto, de defensores públicos, promotores, juízes, representantes de associações de pessoas com deficiência, do vice-prefeito de Tucuruí, da secretária de Educação do município, entre outros convidados.

A iniciativa começou a ser desenvolvida há aproximadamente 2 anos, ainda no período da pandemia do Covid-19, a partir da articulação entre o Núcleo Integrado de Pesquisas e Projetos de Engenharia (NIPE) do IFPA, do Fab Lab (laboratório de fabricação digital) da UFPA e da Defensoria Pública de Tucuruí, tendo também a parceria de instituições do Poder Judiciário da região que contribuíram com a destinação de recursos financeiros para a compra dos materiais que foram utilizados na ação.

O projeto de acessibilidade inteligente foi projetado e executado pelos estudantes e professores do IFPA e da UFPA, contando também com a  ajuda do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) do IFPA, sendo entregue à Defensoria um mapa do órgão, com identificação em Braille, na entrada da instituição, o qual possui botões que, ao serem acionados, descrevem o ambiente ao redor por meio de áudio. Também foi instalado no prédio da Defensoria um piso táctil que é utilizado junto a uma bengala equipada com um sensor e identifica as salas do estabelecimento por meio de comunicação sonora. Os ambientes da instituição também receberam placas de identificação em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), inclusive contendo o QR Code para a visualização da tradução em vídeo, além de treinamentos em Libras e Braille realizados com os funcionários da Defensoria.

Para o coordenador do Fab Lab (UFPA), o professor Rafael Suzuki Bayma, uma importante lição aprendida com o desenvolvimento do projeto “foi a necessidade de a academia buscar dialogar mais com outras instituições e entender as suas necessidades”, acrescentando que os alunos “querem melhorar o sistema [do projeto], então é um trabalho que ainda vai se esticar por alguns anos”.

O diretor-geral do IFPA Campus Tucuruí, Midson Cardoso, destaca que o Instituto já conta com o ensino em diversos níveis (técnico, graduação e pós-graduação) e que devido à instituição trabalhar com o tripé ensino, pesquisa e extensão, há esse comprometimento de beneficiar a comunidade com o conhecimento que é produzido no IFPA. “Esse viés é muito importante, porque, além contribuir com a formação profissional do aluno, contribui-se também com a formação humana dele e, principalmente, transforma aquilo que ele adquiriu dentro da academia em contribuição para a sociedade, que é quem paga para estarmos aqui”, afirma.

A engenheira sanitarista e ambiental recém-formada pelo IFPA, Beatriz Souza, que integrou a equipe do NIPE e participou da iniciativa, conta que atuar no projeto contribuiu para aplicar os conhecimentos adquiridos no Instituto e possibilitou a interação entre estudantes e professores das instituições envolvidas. “No decorrer do projeto, entendi essa jornada como uma experiência de vida. Pude pôr em prática os conhecimentos obtidos durante a jornada acadêmica, além possibilitar um retorno para a sociedade, que nos mantém através de suas contribuições ao instituto”, comenta.

De acordo com o defensor público Renato Teixeira, “a gente está introduzindo uma acessibilidade que é muito diferenciada, que a gente não encontra em outros locais, porque tem muita tecnologia empregada aqui, e só instituições de grande gabarito, como o IFPA e a UFPA, conseguem ter o domínio desse tipo de tecnologia, então, aqui, a pessoa com deficiência vai conseguir ter o seu atendimento de forma humanizada e totalmente adaptada”.

Alexsandra Nascimento, presidente da Associação Carajás de Pessoas com Deficiência, explica que a acessibilidade dá dignidade e melhora a autoestima da pessoa com deficiência, dando autonomia para exercer as suas funções com o mínimo possível de ajuda de terceiros. “É maravilhoso estar aqui, hoje, vendo a implantação desse projeto, que vai trazer tantos benefícios para alguém que já vem ao local com os seus direitos violados. Chegar aqui e poder ser recebido com acessibilidade, com todo o aparato necessário, é maravilhoso”, afirma.

Segundo Francisco Barbosa Dias, presidente da Associação Sociocultural de Surdos de Tucuruí, a importância de ter acessibilidade em um espaço jurídico traz uma melhor visuoespacialidade para as pessoas surdas, uma fácil identificação. “Algumas pessoas, talvez, não possam utilizar o QR Code, mas podem utilizar o letramento do alfabeto manual em Libras, então é um projeto que beneficia tanto quem faz uso da tecnologia, que pode utilizar o QR Code, quanto para quem conhece o alfabeto manual em Libras e pode identificar os nomes das salas”, avalia.

Marcos Morais, diretor de comunicação da Advasp (Associação dos Deficientes Visuais e Amigos do Sudeste do Pará) e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, diz que o projeto traz impactos positivos ao trazer a acessibilidade com responsabilidade e função social, que é o melhor acesso à justiça. “Quando a gente procura o direito, a gente tem que procurar em um espaço que nos dê a garantia de chegar até ele e, hoje, a Defensoria Pública é esse espaço em nosso município, e desejo que seja assim em outras instituições”, conclui.

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