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Manual aborda métodos de como criar imagens táteis inclusivas

  • Publicado: Terça, 01 de Junho de 2021, 23h16
  • Última atualização em Terça, 01 de Junho de 2021, 23h16

A inclusão das pessoas com deficiência visual inicia pela compreensão de que o desvendar do mundo desse público ocorre pelo tato, pela igualdade de acesso ao conhecimento. Nas escolas, assim como em museus e exposições, para facilitar o processo de inclusão, ensino e aprendizado, as obras devem ser pensadas para ser sentidas. E os recursos necessários a este processo de leitura são as imagens táteis – desenhos em relevo acompanhados de textos em Braille, gráficos, mapas, tabelas, diagramas. Com o objetivo de popularizar as imagens táteis, os professores do Instituto Federal do Pará, campus Tucuruí e Castanhal, lançaram o e-book “Manual de imagens para deficientes visuais”. O livro é recomendado a estudantes dos cursos de licenciatura, a profissionais que auxiliam alunos com deficiência visual e aos professores que têm ou terão alunos deficientes visuais em suas salas de aula. A obra se destaca pela quantidade, diversidade e qualidade de imagens táteis apresentadas.

Organizado em quatro capítulos, o Manual faz uma revisão histórica e social da cegueira, propondo uma reflexão sobre os diferentes posicionamentos da sociedade frente às questões da deficiência. Aborda o Sistema Braille enquanto forma de comunicação utilizada por leitores que só podem ler através dos dedos das mãos, traz detalhes das combinações de pontos e medidas de espaço, os métodos de criação de imagens táteis segundo regras internacionais e apresenta mais de uma centena de imagens e o modo de desenvolvê-las. A dedicatória foi feita ao IFPA campus Tucuruí pelo importante papel prestado na promoção da inclusão na Região Amazônica. Ao todo, são 297 páginas dedicadas à temática da inclusão. 

Publicado em maio de 2021, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), o e-book tem como autores os professores do IFPA campus Tucuruí: João Elias Vidueira Ferreira, Maíra Vasconcelos da Silva Padilha, Maria Edna Cruz Trindade, Deriks Karlay Dias Costa e o professor da pós-graduação o IFPA campus Castanhal, Júlio César Suzuki, que também é professor vinculado à Universidade de São Paulo. Entre os autores ainda está o ex-servidor do IFPA campus Tucuruí, Ronaldo Meireles Martins, que atua no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região.

Professor João, que atua desde 2012 no Campus Tucuruí, na área de Química, é o idealizador da publicação. Ele explica que estudos começaram há pelo menos cinco anos, quando os autores tiveram os primeiros envolvimentos com pesquisas relacionadas à educação inclusiva e à tecnologia assistiva. Durante a pandemia, devido à suspensão das aulas presenciais, o projeto do e-book pôde ser melhor organizado e finalizado. “Todos os autores contribuíram em diversos momentos e de diferentes maneiras para a realização da obra. Eu, Maíra Vasconcelos, Maria Cruz Trindade e Deriks Karlay contribuímos com conhecimentos para a elaboração das imagens. O Ronaldo Meireles Martins escreveu sobre os aspectos históricos da deficiência visual e muito contribuiu para a causa da inclusão durante o período em que trabalhou na instituição. O Júlio César Suzuki e eu ajudamos na escrita, revisão e formatação final do livro”, ressalta.

“Essa pesquisa é inovadora por apresentar em um único documento dezenas dessas imagens e discutir os métodos de criação de cada uma delas, o que é muito raro na literatura em língua portuguesa. Para o mundo científico, o livro apresenta novos conhecimentos sobre imagens táteis, evidenciado principalmente por imagens inéditas apresentadas e discutidas. Para a sociedade em geral, o e-book vai ajudar no processo de adaptação de material educacional para alunos deficientes visuais, tornando assim a sociedade mais inclusiva”, avalia o professor João.

Lendo o livro, é possível perceber que existem diversas maneiras de se produzir imagens em relevo. Elas podem empregar a colagem, a impressão mecânica, a máquina fusora, a máquina thermoform e a impressão em três dimensões (3D). Esses métodos distinguem-se bastante e têm suas especificidades pela forma como produzem os relevos, os tipos de relevos e pelos equipamentos e materiais utilizados. As figuras incluem diversas imagens táteis como, por exemplo, de barco à vela, mesa, fotografia colorida, presépio, cadeia e pirâmide alimentar, figuras geométricas (círculo, retas, setas, linhas e pontos, indicadores numéricos), gráficos (área, pizza, barra, linha, velocidade), mapas (regiões, Brasil, Pará, Ilha do Marajó), anatomia (aranha, morcego, tartaruga, tubarão), química (balão volumétrico, experimento, osmose, processo de evaporação da água, moléculas de DNA, tabela periódica, legendas e símbolos).

A capa do Manual mostra a imagem tátil de um relógio. Todos os detalhes em preto são feitos em relevo sobre o papel. Esse desenho foi escolhido para ser a capa, porque é realmente assim que pode ser feita a imagem de um relógio para uma pessoa cega ou de baixa visão explorar o desenho utilizando as mãos. Mas essa imagem também pode ser percebida como sendo um relógio, um tanto diferente, por aquelas pessoas que enxergam. O relógio indica que não podemos perder tempo na vida!

Os autores vislumbram novos passos para essa pesquisa no sentido de promover o IFPA como uma instituição de potencial para trabalhos criativos e de inclusão em parceria com instituições renomadas. “Esse mês submetemos dois capítulos de livro, escritos com nossos alunos da pós-graduação do campus Tucuruí, que estão sendo avaliados para publicação para compor uma coletânea de livros digitais (E-book) que será publicada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Os alunos estão animados”, adianta o professor João.

O professor Karlay, que auxiliou na parte técnica de produção de imagens táteis apresentadas no livro, relata que o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) do IFPA campus Tucuruí conta com todo tipo de material apto a fazer a adaptação de material didático para atender aos alunos deficientes visuais ou de baixa visão. “Sempre cito o NAPNE do campus como referência de avanço em inclusão e adaptação de material. É uma referência no estado do Pará. O Manual é resultante da soma desse aparato técnico e da dedicação dos professores João e Maria Vasconcelos”, avalia.

O e-book “Manual de imagens para deficientes visuais” está disponível no Portal de Livros Abertos da USP em:

http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/611

(Fonte: Ascom / Reitoria do IFPA).

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